sexta-feira, 30 de julho de 2010

Educação Musical Nas Escolas - Alguns Pareceres


    A educação musical na escola além de desenvolver habilidades artísticas, aumentar seu processo cognitivo, sensibilizar e aumentar a bagagem cultural do aluno pode ser uma ferramenta para a aproximação da família com a escola. Esse processo pode ser ainda mais efetivo se a escola se dispuser a colaborar com eventos relacionados à educação musical.
    O estreitamento de laços entre família e escola pode ocorrer em eventos nos quais os alunos de música se apresentem para seus familiares em pequenos saraus com no máximo 20 alunos se apresentando, assim a escola e a família podem estreitar seus laços através de conversas informais entre professores/coordenadores e famílias.
    Outra forma de estreitar ainda mais é fazer a cada fim de semestre uma aula em que os alunos devem levar um de seus pais ou responsáveis para fazerem aula com eles, e mostrarem o que estão aprendendo e como estão aprendendo. Isso além de estreitar os laços com a instituição, também mostra aos pais a importância da música.
    Algumas atividades musicais podem servir de subsídio para se saber informações sobre a vida do aluno e sua ligação com sua família, fazendo com que a escola e os professores tenham conhecimento sobre a vida do aluno e possam discutir isso com os pais nos encontros propostos acima. Uma atividade que pode funcionar é relacionada ao início da aula onde o professor propõe uma melodia e a cada dia pede que cada aluno cante, de forma improvisada, sobre seu quarto, sua casa, seu pai, sua mãe. Com isso o professor começa a ter subsídios para as conversas com os pais para obter um melhor desenvolvimento de cada aluno.
    É importante que o professor e a instituição entendam a realidade dos alunos, para que o ensino se torne mais eficiente e que os alunos de baixa renda tenham a mesma oportunidade dos alunos de alta renda. E também que os alunos, não importando classe social, tenham um desenvolvimento humano e social melhorado, tornando assim a sociedade um pouco mais humana e solidária, é um caminho utópico, mas ao mesmo tempo possível se instituição e professores colaborarem.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Aprofundando conhecimentos sobre educadores estrangeiros

Zoltán Kodály

O método conhecido como Kodály tem como filosofia que todas as pessoas são capazes de aprender musica e isso é um direito de todo ser humano. Para Kodály a iniciação musical deve-se dar pelo canto e que através do uso da voz se consegue um melhor desenvolvimento da percepção musical e é importante começar cedo na vida do ser humano.
A metodologia prega que se deve usar apenas musicas de alto grau de valor artístico, como musica folclórica por exemplo. O uso de canto e dança é forte aliada a um forte inicio com musicas folclóricas e conforme o aluno aumenta seus conhecimentos outras musicas de outros países vão sendo utilizadas.
Em sua metodologia, Kodály, se utiliza muito do solfejo e do canto em grupo se utilizando da pentatônica menor, passando pelas escalas modais até chegar às escalas maiores utilizando acidentes. O uso do dó móvel dá uma forte base para as crianças identificar os intervalos de maneira relativa e passa mais segurança para o aprendizado. Essa metodologia também se utiliza de sinais de mão (manosolfa) para deixar a memória tonal mais segura e firme em sua base.
Para o ensino rítmico Kodály se vale da solmização que utiliza a divisão silábica (verbalização) para a compreensão dos valores das figuras o que ajuda muito na percepção rítmica.
A metodologia Kodály é organizada e seqüenciada, seguindo um padrão que sai do grau mais fácil para o grau mais difícil conforme o aluno vai passando pelas etapas, o mesmo acontece a cada aula, todos os exercícios se movem para uma mesma direção, a música, e essa ira conter todos os aspectos trabalhados em aula para fortalecer o conteúdo passado.
A metodologia Kodály é bastante instintiva e mesmo quem não teve contato direto com essa metodologia pode intuí-la e utilizar em aulas mesmo sem saber.

Edwin Gordon

Edwin Gordon é um professor e pesquisador em educação musical norte-americano, ele desenvolveu uma metodologia que chamada de Teoria da Aprendizagem Musical (Music Learning Theory) que consiste em como e quando aprendemos musica. 
Ele desenvolveu o conceito do ensino da audiação, que é a junção do conceito da audição e da compreensão. O aluno precisar aprender a pensar em música, precisa desenvolver toda a parte de percepção antes de tocar seu instrumento. Gordon diz que a audiação não é a percepção auricular mas sim o processo cognitivo que dá sentido ao som. 
Sua metodologia é seqüencial e cria uma base sólida para o aprendizado musical. Seu método se utiliza do canto, movimento rítmico e padrões rítmicos e melódicos antes mesmo de se teorizar o ensino da musica e ele se apóia em alguns princípios como o uso de padrões para o ensino musical, do mesmo modo em que se faz no ensino das línguas, o uso de contrastes ajuda muito à criança a comparar escalas e tonalidades, a contextualização do ensino dando significado ao que está sendo ensinado e o uso do movimento rítmico através do corpo.
Gordon defende que o aprendizado musical desde o nascimento até os cinco anos de idade tem um profundo impacto no entendimento musical (audiação) que esta criança desenvolverá. Segundo Gordon, as crianças inicialmente começam balbuciando, depois vão contextualizando e imitando e posteriormente formam frases e contextualizam conforme elas pensam.
As idéias de Gordon mesmo sem eu ter um conhecimento profundo de seus estudos sempre me guiaram no meu aprendizado e na minha base para o ensino musical, a musica deve ser compreendida assim como as línguas e também pode ser pensada para se desenvolver uma aculturação maior dos seres humanos em relação a essa arte.

Referências Bibliográficas

Zoltan Kodály. Disponível em http://www.public.asu.edu/~jwang2/portfolio/methods/kodaly/kodaly.html. Acesso em 20 de outubro de 2008.
Excel-Abilitiy Learning. Disponível em http://www.excel-ability.com/Music/Programs/Kodaly.html. Acesso em 20 de outubro de 2008.
OAKE.org. Disponível em http://oake.org/php/kodalymethods.php. Acesso em 20 de outubro de 2008.
Wikipedia. Disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/Kod%C3%A1ly_Method. Acesso em 20 de outubro de 2008.
GIML – The Gordon Institute for Music Learning. Disponível em http://www.giml.org/mlt_earlychildhood.php. Acesso em 21 de outubro de 2008.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Música contemporânea x segunda geração de educadores musicais

A musica contemporânea surge no século XX com a experimentação dos sons, novas formas de emissão sonora e conseqüentemente novos sons são descobertos e logo agregados a musica. A liberdade de experimentação e a quebra de paradigmas musicais que a musica contemporânea trouxe incentivou a nova geração de educadores musicais. O incentivo a criação, improvisação e principalmente levar a musica a realidade do aluno vem muito dos conceitos musicais trabalhados no século XX.
Tratar a musica de forma lúdica e sensibilizar os alunos aos sons produzidos no ambiente é outra contribuição da musica contemporânea. Schafer e Paynter possuem muito dessa influencia da musica do século XX.
A evolução cientifica e a rapidez com que a informação começava a chegar às pessoas no século XX fizeram a musica e, por conseqüência, a educação musical seguirem essa tendência. A utilização de novos recursos e a busca por novos sons com maquinas, novos instrumentos e também novas experimentações modificaram o jeito de se compreender a musica.
O entendimento da evolução musical se tornou importante para o desenvolvimento da educação musical, levando a evolução musical ao entendimento do aluno e fazendo com que ele abra seus horizontes para novas experimentações, para a criação musical e o improviso. O respeito pelo gosto individual mesmo no ambiente coletivo e a mudança de conceito para o apuramento da audição no sentido musical vieram também como influencia da musica feita no século XX.
A musica eletroacústica levou aos educadores novas possibilidades sonoras e novos parâmetros para os alunos produzirem musicas. A tecnologia para que eles gravem seus sons produzidos e também a tecnologia envolvida para a produção e experimentação com novos sons trazem novas possibilidades aos educadores.
Experimentação, conscientização, liberdade, criatividade, tecnologia e novos sons, essas são as principais contribuições da musica contemporânea para os educadores desta geração.

Referencias Bibliográficas
Musica Contemporânea e Educação Artística. Disponível em http://latinoamerica-musica.net/ensenanza/neves/educacao-po.html. Acesso em 10 de novembro de 2008.

domingo, 4 de julho de 2010

Educação Musical: idéias e definições


O conceito de educação musical tem semelhanças e diferenças entre os grandes educadores conhecidos. É consenso geral de que a educação musical é o conjunto de práticas educacionais que transmitem o conhecimento prático e teórico do fazer musical. Essa prática é utilizada desde os primórdios do conhecimento humano, já na Grécia havia busca pelo valor da música e sua educação. O que difere a educação musica antiga da moderna já é a preocupação com a educação musical da criança e com a inserção social das massas no ensino musical.
Os educadores musicais da primeira geração quebraram o patamar rígido e estático da educação musical, começaram a enxergar a educação musical como um objeto de estudo que vai além do cenário escolar e acadêmico, eles olharam para o individuo e buscaram novas formas de educar, principalmente de se integrar socialmente levando a música para todos.
Para Dalcroze, segundo Fonterrada, o ensino musical não está centrado apenas na mente, mas nas associações entre as atividades cerebrais e as sensações auditivas, para ele era necessária uma sistematização das condutas em que a música, a escuta e o movimento corporal estivessem estritamente ligados e interdependentes, para isso desenvolveu o sistema de educação musical chamado “Rythmique”. Outro enfoque da educação de Dalcroze é a educação das massas, a transformação das massas populares através da música, e para ele essa é uma das funções do educador musical.
Para Willems, “a arte de educar encontra sua base racional de conhecimento nas relações estritas, vitais, que existem entre os elementos fundamentais da matéria a ensinar, e as próprias da natureza humana”. Para Willems é necessário se fomentar a cultura auditiva de todos, tirando a idéia de que o ensino musical é apenas para os mais talentosos.
Para Kodàly, a educação musical tinha a meta de ensinar o espírito do canto das músicas nacionalistas e folclóricas para o povo, através de um programa de alfabetização musical eficiente, levando a música para o cotidiano das pessoas. Para ele a educação musical devia enriquecer a vida das pessoas. Em sua concepção a educação musical deveria formar um publico para a música de concerto.
Para Orff, os princípios que embasam a educação musical são a integração de linguagens artísticas e o ensino baseado no ritmo, movimento e improvisação.
Para Suzuki, a educação musical se assemelha ao ensino da língua mãe, e defende que toda criança tem potencial e capacidade para aprender música, pois se têm fluência em sua língua, podem ter essa mesma fluência na linguagem musical.
Para Koellreutter, a educação musical deve considerar o estágio em que se encontra a sociedade, pois existem o rápido avanço tecnológico e cientifico, as diferenças sociais e econômicas, tudo isso deve ser levado em conta quando se trata da educação musical. A abordagem de Koellreutter privilegia o porquê da música na vida humana, não se atendo apenas ao ensino formal do fazer musical. Sua preocupação era a de propiciar uma educação viva e condizente com o contexto do aluno. Para ele o educador musical deve “desenvolver a personalidade do jovem como um todo; de despertar de desenvolver faculdades indispensáveis aos profissionais de qualquer área.”.
Para Gainza, o objetivo especifico da educação musical é musicalizar, tornar um individuo sensível e receptivo ao som e, ao mesmo tempo, promover nele  respostas à índole musical. Depois de criar o vinculo musical no aluno, a própria música fará o trabalho de musicalização, rompendo nele as barreiras e abrindo seus canais de expressão e comunicação.
O conceito de educação musical está intimamente interligado entre todos os educadores, o que se diferencia entre os conceitos é o contexto social, histórico e cultural em que o educador está inserido. A educação musical adquiriu um caráter social, de integração, inserção e preocupação com o ser humano, ela não está mais voltada ao ensino musical de alto nível, mas sim para o ensino básico, a musicalização em si, esta é a área da educação musical que está tendo uma preocupação maior por parte dos educadores, pois ainda está carente de  pesquisas e material didático.

Referências Bibliográficas
FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. De Tramas e Fios: um ensaio sobre música e educação. 2ª Ed. São Paulo: Editora UNESP, 2008.
BRITO, Teca Alencar de. Koellreutter Educador: o humano como objetivo da educação  musical. São Paulo: Peirópolis. 2001.
GAINZA, Violeta Hemsy de. Estudos de Psicopedagogia Musical.  São Paulo: Editora Summus.